Entenda a Síndrome da Ardência Bucal

Entenda a Síndrome da Ardência Bucal
O que é a Síndrome da Ardência Bucal
Se você está sentindo uma queimação ou ardência na língua, principalmente na parte anterior ou na gengiva ou céu da boca você pode estar dentro de um quadro de Síndrome da Ardência Bucal. A maioria das pessoas relata que a língua está quente.
Muito pacientes queixam-se também de boca seca embora o fluxo salivar esteja normal.
A sociedade internacional de cefaleias em 2018, inclui nesta desordem pacientes com esta dor por mais de 2 horas por dia há mais de 3 meses.
Esta patologia afeta mais mulheres que homem e pode afetar de 0,7 a 15 % da população, inicia-se espontaneamente e dura meses a vários anos. Em alguns casos podem também regredir espontaneamente. Muito comum em mulheres após a menopausa.
Os sintomas geralmente aumentam durante o dia e são relatados de 3 a 8 em uma escala até 10 e muitas vezes percebe-se uma alteração no paladar também e algumas pessoas relatam sentir um gosto metálico.
Causas
A condição está muitas vezes associada com quadros de ansiedade, depressão ou distúrbios do sono. Percebe-se nestes pacientes uma tolerância menor à dor pelo calor.
O diagnóstico é feito dicernindo como SAB primária e secundária.
Algumas doenças podem causar a Síndrome da Ardência Bucal como: candidíase oral, líquen plano, alergias e falta de saliva. Desordens sistêmicas como alterações hormonais, anormalidades nutricionais como falta de vitamina B12, ácido fólico, e deficiência de ferro ou doenças auto imunes também podem estar envolvidos assim como traumas na língua. Quando causadas por algumas destas anomalias é considerada uma SAB Secundária.
A Síndrome da Ardência Bucal Primária onde não se observam nenhuma das alterações acima, ou a eliminação de todas elas não eliminam os sintomas é causada provavelmente por um desequilíbrio das fibras nervosas gustatórias com as fibras nervosas que transmitem dor e calor na língua. Este desequilíbrio pode levar a uma dor neuropática, ou seja, envolvendo o sistema nervoso central.
Tratamentos
O tratamento para a Síndrome da Ardência Bucal primária é bastante incerto e permanece um desafio para os pesquisadores. Conferir e estimular o fluxo salivar é um bom início para o tratamento.
Alguns pacientes respodem bem à medicação tópica ou sistêmicas como clonazepan, antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes e opióides.
Tratamento cognitivo comportamental para controle de ansiedade stresse e depressão também é muito importante.
Vários pacientes percebem uma diminuição da dor ao se alimentar ou mascar chicletes. Isto acontece porque sabemos que ao estimular uma fibra nervosa sensitiva inibe-se a fibra nervosa que causa dor.
Conclusão
A SAB primária é uma dor crônica ainda não muito bem definida.
É muito importante diferenciar o diagnóstico como SAB Primária ou Secundária.
Consultar o cirurgião dentista é fundamental no tratamento.
Não se fala em cura da SAB, mas sim em controle dos sintomas e sem dúvida nenhuma em melhora da qualidade de vida do paciente.
Muito importante a atenção do profissional envolvido pois apesar de muitas vezes não haver um exame que detecte a SAB, a dor e a queimação realmente existem.
O paciente deve procurar um profissional qualificado para o tratamento e saber que muitas vezes os resultados não acontecem rapidamente, mas sim após o ajuste de uma melhor medicação para o caso.

